20 de março de 2025

BiblioLed - A Minha Experiência

 

Olá Maltinha, espero que estejam bem e, caso estejam há procura de uma novidade ou de algo para "mudar as vossas vidas" fiquem por aqui que hoje vou falar-vos da milagrosa BIBLIOLED!


Para quem não sabe, a BiblioLed é uma invenção genial que junta uma quantidade enorme de Bibliotecas Municipais Portuguesas numa missão brutal e que vai revolucionar (pela positiva) a leitura em Portugal, pois, todas juntas criaram um portal de empréstimo de livros digitais. SAY WHAT??


Exato! E para poderes usufruir deste serviço público basta estares inscrito numa das Bibliotecas Municipais aderentes e, depois disso, inscreveres-te no portal online. Podes ainda descarregar a APP para o teu telemóvel e ter assim, à mão, um livro que tu querias muito ler e de forma completamente gratuita.

O que mais me encanta neste serviço é que ele, além de proporcionar mais leitura e a todos, ainda desvirtua (ainda mais) a utilização de livros adquiridos de forma ilegal. 


Mas chega de introduções e vamos à utilização do serviço em si. No dia 27 de janeiro, dia do lançamento, fiz logo a minha inscrição (como não tinha o meu número de sócia comigo, liguei para a biblioteca e quem me atendeu foi espetacular e acabamos por fazer, as duas, a inscrição, em simultâneo, pelo telemóvel) e comecei a explorar tudo o que encontrava.

Li as regras, claro, são claras como água: 

  • Tens 21 dias de empréstimo por cada exemplar;
  • Podes requisitar até 3 exemplares;
  • Podes reservar até 3 exemplares.

Nesse primeiro dia, foi fácil encontrar uma leitura (e eu escolhi "A Troca", de Beth O'Leary) porque a maioria dos livros ainda se encontravam "disponíveis". Daí em diante foi-se tornando mais difícil pois o estado dos e-books foram passando de "disponíveis" para "reservados" e é aí que a coisa parece mais assustadora. 

Será que vou conseguir reservar algum livro?, pensei eu. No dia 7 de fevereiro eram poucos os livros que estavam disponíveis para requisitar, então escolhi um livro que queria ler de seguida e selecionei a opção "reservar" e eis que a informação que me apareceu foi "disponibilidade a 1 de maio, encontram-se 11  pessoas em lista de espera à sua frente". SAY WHAT?? (again)

Basicamente eu tinha duas opções: indignar-me com esta situação ou simplesmente aceitar que estava apenas a acontecer exatamente a mesma coisa que acontece quando compro um livro e o enfio na estante. Só há uma diferença, é que a BiblioLed dá o alerta de quando o livro fica disponível para o requisitares. E adivinha? Se não carregares na tecla de "requisitar" ( não me apercebi quanto tempo temos para selecionar) ele passa ao próximo e tu perdes o lugar, é simples. 

Sei disto tudo porque queria ler uma série (#BrunoSaraiva, de Lourenço Seruya) e "reservei" os dois primeiros volumes. O que datava de 1 de maio era o segundo volume e eu achei que teria mais do que tempo, no entanto, estava eu a ler o primeiro volume quando, passados 2 ou 3 dias, o segundo ficou disponível. Ainda pensei requisitá-lo e rezar para ter o tempo necessário para ler os dois, mas depois pensei melhor: eu não iria fazê-lo. Então decidi não fazer nada e ir vendo o que acontecia. Aconteceu que ele fugiu e foi bater a outra APP.


Resumindo, esta nova forma de requisição de livros é maravilhosa!

É prática, é leve e dá-nos a oportunidade de ter sempre um livrinho connosco sem peso acrescido. Para quem já está habituado a ler com a Kobo, por exemplo, já conhecia estas vantagens, com a BiblioLed torna-se ainda melhor por ser gratuito e estar ao alcance de mais pessoas. 

Além disso, os livros requisitados na BiblioLed dão para inserir no kobo (leitor) e realizar a leitura de forma ainda mais cómoda (evitando a exposição prolongada à luz azul utilizada nos telemóveis). Até agora ainda não explorei esta opção, mas devo fazê-lo em breve... vou tentar traze-vos mais informações sobre esta funcionalidade no futuro.


Quem mais já explorou este serviço?


10 de março de 2025

Pagar-me para ler, isto "agora" é assim?


Parece um conceito interessante a que muitos leitores, que partilham as suas experiências e leituras, estão a aderir, com a justificação de benefícios extra para as suas vidas literárias. Tais como:

- Serem recompensados por ler;

- Diminuir as suas TBR (mais conhecida por Terror Bruto nas Robustas estantes) ;

- Comprar mais livros "sem retirar dinheiro do seu orçamento familiar.

Além de todos estes benefícios, ainda podemos incluir regras, não bastaria só guardar uma moedas por cada livro lido. Há este modelo efetivamente, mas há muitos outros. Uma das últimas regras que ouvi é atribuir um valor superior a um livro que esteja na maldita estante há mais de x anos, enquanto que um querido que tenha acabado de vir para casa vale muito menos (em questões de auto pagamento, é claro, até porque hoje em dia os livros estão pelo preço da morte).

Pensei bastante sobre isto, é óbvio. E acrescento que apesar da ponderação, não cheguei a pôr em prática esta modalidade, mas garanto que comigo não iria funcionar.

Primeiro, porque tudo o que envolva um benefício pressupõe uma obrigação e eu não gosto de ver a leitura como obrigação, até porque isso tira a magia associada. 

Em segundo porque acredito verdadeiramente que quem lê e tem o trabalho de postar isso diariamente nas suas redes, leia porque gosta e então receber auto dinheiro por isso não faz sentido. É errado fazê-lo? Epah, não, mas também não traz nada de extraordinário em retorno.

Por fim, considero que estes auto pagamentos fazem mais sentido em atividades que, apesar de nos fazerem bem ou das quais só gostamos q.b., queremos fazê-las e, no meu caso, isso APLICA-SE, por exemplo, ao ginásio. Eu até gosto e, quando lá vou, vibro com aquilo e dedico-me ao meu objetivo, o problema é conseguir arrastar-me para lá. Talvez para outras pessoas o auto pagamento do ginásio faz tanto sentido como para mim o da leitura, mas a verdade é que este incentivo é um acrescento a algo que não fazemos com a fluidez ou com frequencia que queremos ou acreditamos ser necessária.

Acredito assim que, a verdadeira razão para esta prática seja o "bloqueio literário", que se resume na dificuldade de escolher a próxima leitura ou de apreciar qualquer uma que se inicie no entretanto, e que provavelmente atinge 100 em cada 100 leitores, pelo menos uma vez na vida. Eu também já os tive e tenho a dizer que encontro a minha paz na certeza de que não estou sozinha. É normal e na maioria dos casos acontece porque encontrámos uma leitura que nos arrebatou, impedindo-nos de seguir em frente. Mas isto é passageiro, vai voltar o dia em que pegar num livro e lê-lo vai ser natural e vamos apreciá-lo mais, na minha opinião, do que se nos tivessemos auto reembolsado para o ler sem vontade.

Talvez a solução passe por saborear a leitura que, por algum motivo, ainda não nos abandonou e, no entretanto, fazer algo de diferente, algo que realmente nos apetece fazer naquele momento. 


28 de fevereiro de 2025

Opimião Literária: Apontar é Feio, de Joana Marques

 Olá Maltinha, como sempre, espero que estejam bem!

Para hoje, trago-vos um livro de crónicas humuristicas que, em preimeira instancia, declaro ser uma "cópia" dos livros de Ricardo Araújo Pereira. E não digo isto como uma crítica, quando o professor é bom e o aluno está disponível para aprender, digamos que é mais fácil chegar ao produto pretendido. Também há outra coisa em comum, ambos utilizam crónicas já escritas e publicadas em diversos canais e formatos  para que, todas juntas formem um livro.

Com isto em mente, devo dizer ainda que eles têm também diferenças, enquanto o Ricardo se debruça mais sobre política e evita a quase todo o custo o futebol, Joana Marques escarafuncha o pleno dia a dia e discute futebol sem pudor.

O que é que eu achei do livro: estas compilações são sempre uma boa forma de colecionar o trabalho de quem as escreve, sem nos tornarmos acumuladores compulsivos de jornais, revistas e afins. No entanto aquilo que me pesa mais na opinião é o sentido de oportunidade, que neste caso já passou.

Acredito que, quando publicadas, em cima do acontecimento referido, farão muito mais sentido e furor. Aqui, passados tempos e, neste caso, tendo muitas delas que ver com a Covid-19, o tempo já lá vai e tudo o que foram decisões inerentes à mesma também já estão gastas.

Um livro de leitura única, para o qual não encontrei um sentido, sequer cronológico entre entradas e que agora fica parado numa estante.

Mas uma coisa é quase certa, as crónicas onde são mencionadas as lojas de cidadão devem ter sido escritas no mesmo momento que o Ricardo Araújo Pereira as mencionou no Isto é Gozar com quem trabalha e que corresponde ao exato momento em que usufruiu dos seus serviços.

20 de fevereiro de 2025

Opinião Literária: Segredos Obscuros, de Michael Hjorth e Hans Rosenfeldt

 

Olá Maltinha, espero que estejam bem e bem preparados para o ano de 2025, segundo sei, veio com força e para ficar durante 12 meses.

O livro de hoje marca o início de uma série, do psicoterapeuta Sebastian Bergman e que eu adoro com todas as minhas forças. Apesar de nunca o ter trazido as estas linhas (sim, fui confirmar umas quantas vezes) eu já li esta série INTEIRA! Excluindo o 8º volume, que saiu em Portugal, em novembro de 2024. Talvez se perguntem "se gostas assim tanto porque não o leste entretanto?" Vou responder-vos, explicando-vos que quando peguei nele, um dilema apoderou-se de mim: devo ler já o oitavo volume, mesmo tendo a certeza de não recordar metade da história, ou devo voltar ao início da saga e desfrutar dela do principio ao fim? No fundo: aspiro ou degusto? A degustação venceu e assim comecei novamente a história do meu querido e estouvado Sebastian. E a sério, não me julguem pela falta de memória, ela ocorre-me em vários campos da vida e, em minha defesa, o primeiro livro, este mesmo que vos falo hoje, já remonta a minha leitura a 2020.

Começo por dizer-vos que um protagonista como o Sebastian Bergman nunca desilude, até porque aprendemos desde cedo a não esperar nada de bom dele. Tudo o que ele faz tem um propósito egoísta e, apesar de ser muito bom, tenta sempre marcar pontos pela negativa. Fascinam-me protagonistas assim, imperfeitos e com um quê de insuportáveis. 

Adiante! 

Fala a voz de quem leu "um pouco" mais à frente, quando vos diz que numa equipa de Investigadores de topo, com os quais Sebastian acaba por trabalhar, não há nenhum que escape a esta ideologia de perfeita imperfeição e de tão descarados defeitos. É como se para a contratação fosse exigida, no mínimo, a posse de um pecado mortal na sua personalidade.

Além da história, há outra coisa que me fascina, a forma como o livro está organizado - capítulos curtos, evolução da história alternada e, ainda, o conflito dos personagens principais misturado no meio de tudo o resto. Ou seja, os conflitos e evolução dos policias, que serão sempre os mesmos, não estão reservados para o início ou para o fim do livro, a investigação não os põe em stand by, em alguns casos, são eles que alteram o rumo e os tempos da investigação em prol dos seus demónios.

Com isto dito, só me resta continuar esta interessante viagem até ao segundo volume: O Discípulo.


14 de junho de 2024

Vida & Morte



A vida é colorida,
É preenchida e Vibrante

A Vida é ferida

É imprevisível e redundante


A Vida é destemida

É resistente e transformante


É na Vida que encontramos

O consolo,

O amor, 

A alegria

O desafio,

A tristeza,

A revolta


É com a Vida que

Aprendemos, 

Crescemos, 

Evoluímos


A Vida pode assustar-nos, 

Pode até encurralar-nos


Enquanto escolhermos Viver 

Nada nos pode silenciar. 


É apenas com a morte que o vazio se encerra sobre nós.