14 de junho de 2024

Vida & Morte



A vida é colorida,
É preenchida e Vibrante

A Vida é ferida

É imprevisível e redundante


A Vida é destemida

É resistente e transformante


É na Vida que encontramos

O consolo,

O amor, 

A alegria

O desafio,

A tristeza,

A revolta


É com a Vida que

Aprendemos, 

Crescemos, 

Evoluímos


A Vida pode assustar-nos, 

Pode até encurralar-nos


Enquanto escolhermos Viver 

Nada nos pode silenciar. 


É apenas com a morte que o vazio se encerra sobre nós. 

13 de junho de 2024








































Querido leitor, 

(tal qual Lady Whistledown) 


Nem sempre é fácil ler. Talvez seja estranho aceitar esta afirmação, mas após uma breve explicação, provavelmente concordará com esta minha afirmação.


Demasiado leve

Demasiado confuso.

Demasiado sangrento.

Demasiado detalhado.

Demasiado sério...


Poderia continuar com estes inquietantes demasiados, mas dá para vermos com os nossos próprios olhos a pilha de livros iniciados e não concluídos (não desistidos) que teimamos em colocar em lista de espera enquanto o mood certo não aparece.


Tenho uma pequena confissão a fazer: não é na leitura que isso acontece! Pelo menos comigo, também acontece na escrita.


Demasiado pesado.

Demasiado intenso.

Demasiado pensado.

Demasiado...


Parecem ambas uma coisa simples de se fazer, apenas é preciso continuar.


A questão é: quanto mais fácil se torna continuar, mais difícil se torna regressar à vida, à Nossa Vida e que, no fundo, é a principal a ser vivida.


...


Inquietações de uma mente cheia e com pouca vontade de ler ou escrever aquilo que seria suposto. 

8 de fevereiro de 2024

Opinião Literária - E se eu morrer amanhã?, de Filipa Fonseca Silva

 



Olá Maltinha,


Hoje podem parar o que estão a fazer para falarmos sobre este livro.


É o primeiro que leio desta autora e estou muito feliz por ter conhecido a sua escrita (em breve irei debruçar-me sobre "O Elevador").

Fartei-me de rir e de aprender com as aventuras da Helena, uma senhora fantástica que nasceu muito antes da época que devia ter vivido, mas ainda assim conseguiu viver antes de morrer.

Um livro que se lê muito bem, que nos elucida para coisas que nem nos passa pela cabeça, provavelmente porque vivemos na mesma bolha que os filhos da Helena (o que é assustador ao mesmo tempo).

Mas... que triste fim! Não vou dizer mais que isto, não vos quero dizer nada para não estragar a surpresa de lerem um livro fantástico, mas se eu já não gostava muito daquilo que provocou o fim da Helena agora ainda gosto menos.

Provavelmente quando vir um, vou lembrar-me da morte literária da minha querida Helena.

Quem mais gostaria de descobrir a história da Helena?

4 de fevereiro de 2024

Opinião Literária - Heartstopper, de Alice Oseman



Boas Maltinha,


Espero que estejam bem!


Hoje venho falar sobre a série Heartstopper, que já li até ao volume 5.
É uma história encantadora sobre vários jovens dos dias de hoje que tentam compreender e viver com a sua identidade de género e orientação sexual, que na sua maioria desafia o que até hoje era considerado normal.

A história tem como protagonistas o Charlie e o Nick, mas todas as outras personagens estão lá por um motivo e para nos mostrarem de forma bastante prática todas as opções que existem. 


É ainda muito difícil viver com as escolhas feitas quando as mesmas não condizem com as maiorias. É também difícil chegar às conclusões daquilo que queremos quando a informação não é disponibilizada e quando todos à nossa volta bloqueiam qualquer conversa, terminando-a com um "não digas baboseiras" ou algo similar.

Estes livros conseguem mostrar e explicar toda uma panóplia de sentimentos, emoções e escolhas que cada um de nós pode viver. É uma coleção transversal, que transmite conhecimento e que pode expandir mentalidades.

E vocês, o que têm a dizer desta coleção?

21 de janeiro de 2024

Opinião Literária - Pão de Açucar, de Afonso Reis Cabral

 

2024 começou com um livro de um autor de Língua Portuguesa, Afonso Reis Cabral.

Começou também com uma história verídica, coisa que é raro eu ler. Desde o momento que uma história é baseada em factos verídicos eu já não a consigo apreciar da mesma forma. São vários os motivos, mas o principal é que eu visualizo tudo o que estou a ler como se estivesse a acontecer em tempo real à minha frente e as emoções começam a sufocar-me. 

Este livro traz de volta um acontecimento de 2006, que ocorreu na cidade Invicta e que chocou a maioria das pessoas. Nessa altura eu era "apenas" uma adolescente de 14 anos e não tinha qualquer interesse em notícias, nem sequer as via. Hoje, depois de ler este livro e de calcular a idade que tinha, chego à conclusão que tenho a mesma faixa etária e que não podia estar em tão distante realidade.

É uma história contada na voz de uma criança de 12 anos e esta criança tem um papel intenso e desorganizado, provavelmente desenvolvido pela ausência dos pais, tendo sido deixada numa instituição chamada Oficina, onde a criação ou educação são menosprezados e insuficientes. 

Considero que o desfecho desta história se deve à falta desse acompanhamento e consequente ausência de amor paternal e uma decisão estúpida de um miúdo que queria mostrar-se como alguém forte e superior.

Também a vida da Gi foi retratada e dá para entender que foi uma vida sofrida, sem quaisquer facilidades. Jamais eu conseguiria encontrar felicidade naquilo que ela considerou vida.

Ambas as personagens sentiam falta de atenção, eram submissos e tinham uma necessidade de afirmação.


Gostar deste livro não me soa bem. Não gosto da história pelo que ela retrata, não há como gostar, choca-me ainda mais que seja escrito pela "mão da criança" e isso é demonstrado na qualidade da escrita, que torna visível a criança por detrás das páginas.

Mas não posso deixar de o considerar um bom livro. É visual, sem ultrapassar todas as sensibilidades. Diz muito sem ter tudo detalhado.


É doloroso.

É real e, ao mesmo tempo, assustador.


Mais alguém que tenha lido este livro? Deixem nos comentários a vossa opinião.