30 de março de 2025
Opinião Literária: A Troca, de Beth O'Leary
20 de março de 2025
BiblioLed - A Minha Experiência
Para quem não sabe, a BiblioLed é uma invenção genial que junta uma quantidade enorme de Bibliotecas Municipais Portuguesas numa missão brutal e que vai revolucionar (pela positiva) a leitura em Portugal, pois, todas juntas criaram um portal de empréstimo de livros digitais. SAY WHAT??
Exato! E para poderes usufruir deste serviço público basta estares inscrito numa das Bibliotecas Municipais aderentes e, depois disso, inscreveres-te no portal online. Podes ainda descarregar a APP para o teu telemóvel e ter assim, à mão, um livro que tu querias muito ler e de forma completamente gratuita.
O que mais me encanta neste serviço é que ele, além de proporcionar mais leitura e a todos, ainda desvirtua (ainda mais) a utilização de livros adquiridos de forma ilegal.
Mas chega de introduções e vamos à utilização do serviço em si. No dia 27 de janeiro, dia do lançamento, fiz logo a minha inscrição (como não tinha o meu número de sócia comigo, liguei para a biblioteca e quem me atendeu foi espetacular e acabamos por fazer, as duas, a inscrição, em simultâneo, pelo telemóvel) e comecei a explorar tudo o que encontrava.
Li as regras, claro, são claras como água:
- Tens 21 dias de empréstimo por cada exemplar;
- Podes requisitar até 3 exemplares;
- Podes reservar até 3 exemplares.
Nesse primeiro dia, foi fácil encontrar uma leitura (e eu escolhi "A Troca", de Beth O'Leary) porque a maioria dos livros ainda se encontravam "disponíveis". Daí em diante foi-se tornando mais difícil pois o estado dos e-books foram passando de "disponíveis" para "reservados" e é aí que a coisa parece mais assustadora.
Será que vou conseguir reservar algum livro?, pensei eu. No dia 7 de fevereiro eram poucos os livros que estavam disponíveis para requisitar, então escolhi um livro que queria ler de seguida e selecionei a opção "reservar" e eis que a informação que me apareceu foi "disponibilidade a 1 de maio, encontram-se 11 pessoas em lista de espera à sua frente". SAY WHAT?? (again)
Basicamente eu tinha duas opções: indignar-me com esta situação ou simplesmente aceitar que estava apenas a acontecer exatamente a mesma coisa que acontece quando compro um livro e o enfio na estante. Só há uma diferença, é que a BiblioLed dá o alerta de quando o livro fica disponível para o requisitares. E adivinha? Se não carregares na tecla de "requisitar" ( não me apercebi quanto tempo temos para selecionar) ele passa ao próximo e tu perdes o lugar, é simples.
Sei disto tudo porque queria ler uma série (#BrunoSaraiva, de Lourenço Seruya) e "reservei" os dois primeiros volumes. O que datava de 1 de maio era o segundo volume e eu achei que teria mais do que tempo, no entanto, estava eu a ler o primeiro volume quando, passados 2 ou 3 dias, o segundo ficou disponível. Ainda pensei requisitá-lo e rezar para ter o tempo necessário para ler os dois, mas depois pensei melhor: eu não iria fazê-lo. Então decidi não fazer nada e ir vendo o que acontecia. Aconteceu que ele fugiu e foi bater a outra APP.
Resumindo, esta nova forma de requisição de livros é maravilhosa!
É prática, é leve e dá-nos a oportunidade de ter sempre um livrinho connosco sem peso acrescido. Para quem já está habituado a ler com a Kobo, por exemplo, já conhecia estas vantagens, com a BiblioLed torna-se ainda melhor por ser gratuito e estar ao alcance de mais pessoas.
Além disso, os livros requisitados na BiblioLed dão para inserir no kobo (leitor) e realizar a leitura de forma ainda mais cómoda (evitando a exposição prolongada à luz azul utilizada nos telemóveis). Até agora ainda não explorei esta opção, mas devo fazê-lo em breve... vou tentar traze-vos mais informações sobre esta funcionalidade no futuro.
Quem mais já explorou este serviço?
10 de março de 2025
Pagar-me para ler, isto "agora" é assim?
- Serem recompensados por ler;
- Diminuir as suas TBR (mais conhecida por Terror Bruto nas Robustas estantes) ;
- Comprar mais livros "sem retirar dinheiro do seu orçamento familiar.
Além de todos estes benefícios, ainda podemos incluir regras, não bastaria só guardar uma moedas por cada livro lido. Há este modelo efetivamente, mas há muitos outros. Uma das últimas regras que ouvi é atribuir um valor superior a um livro que esteja na maldita estante há mais de x anos, enquanto que um querido que tenha acabado de vir para casa vale muito menos (em questões de auto pagamento, é claro, até porque hoje em dia os livros estão pelo preço da morte).
Pensei bastante sobre isto, é óbvio. E acrescento que apesar da ponderação, não cheguei a pôr em prática esta modalidade, mas garanto que comigo não iria funcionar.
Primeiro, porque tudo o que envolva um benefício pressupõe uma obrigação e eu não gosto de ver a leitura como obrigação, até porque isso tira a magia associada.
Em segundo porque acredito verdadeiramente que quem lê e tem o trabalho de postar isso diariamente nas suas redes, leia porque gosta e então receber auto dinheiro por isso não faz sentido. É errado fazê-lo? Epah, não, mas também não traz nada de extraordinário em retorno.
Por fim, considero que estes auto pagamentos fazem mais sentido em atividades que, apesar de nos fazerem bem ou das quais só gostamos q.b., queremos fazê-las e, no meu caso, isso APLICA-SE, por exemplo, ao ginásio. Eu até gosto e, quando lá vou, vibro com aquilo e dedico-me ao meu objetivo, o problema é conseguir arrastar-me para lá. Talvez para outras pessoas o auto pagamento do ginásio faz tanto sentido como para mim o da leitura, mas a verdade é que este incentivo é um acrescento a algo que não fazemos com a fluidez ou com frequencia que queremos ou acreditamos ser necessária.
Acredito assim que, a verdadeira razão para esta prática seja o "bloqueio literário", que se resume na dificuldade de escolher a próxima leitura ou de apreciar qualquer uma que se inicie no entretanto, e que provavelmente atinge 100 em cada 100 leitores, pelo menos uma vez na vida. Eu também já os tive e tenho a dizer que encontro a minha paz na certeza de que não estou sozinha. É normal e na maioria dos casos acontece porque encontrámos uma leitura que nos arrebatou, impedindo-nos de seguir em frente. Mas isto é passageiro, vai voltar o dia em que pegar num livro e lê-lo vai ser natural e vamos apreciá-lo mais, na minha opinião, do que se nos tivessemos auto reembolsado para o ler sem vontade.
Talvez a solução passe por saborear a leitura que, por algum motivo, ainda não nos abandonou e, no entretanto, fazer algo de diferente, algo que realmente nos apetece fazer naquele momento.